quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mulheres e seus cabelos!

Podemos não saber explicar o como nem o porquê, mas é fato: as mulheres têm um tipo de relação especial com os cabelos. No Dia do Cabeleireiro (3/11), vale refletir sobre essa relação por vezes ambivalente entre o ódio e o amor, com nuances de apego, nostalgia e alguns exageros.

Existem muitos fatos curiosos e fábulas em torno da relação das mulheres com suas madeixas. No Brasil, temos a curiosa história das perucas da corte portuguesa ao chegar ao Brasil, que na verdade estavam ligadas a uma infestação de piolhos que obrigou a todos a ficarem carecas. Para esconder as cabeças peladas, usaram as perucas e estas viraram sinal de nobreza. Outras imagens nos remetem ao papel especial dos cabelos: a crença na Idade Média de que cabelos ruivos eram sinal de atividades diabólicas, Madalena que enxuga os pés de Jesus com seus longos cabelos, Rapunzel e suas longas tranças que permitem que o amado a alcance, e por aí vai. Variam os costumes de acordo com a época, classe social, cultura local e muitos outros fatores.

Tendências,modismo e sentimentos

No verão a cor do momento é o louro, no inverno os tons mais quentes e lá vamos nós alternando as cores. Ora a prancha é a vedete tornando os cabelos ultralisos, ora todas querem os cabelos ondulados. Copia-se a franja da Fulana, as mechas da Beltrana e o penteado da Siclana. Se formos seguir tantas tendências, acabaremos voltando à moda da peruca!

Alguns modismos fazem de nós escravas. Quem tem cachos quer domá-los como se fossem feras perigosas, quem tem cabelo escorrido quer volume, cria-se um ideal que é sempre aquilo que não está em nós. Cabelo bonito é o que deu trabalho para ser construído, esculpido e vamos maltratando o coitado.

Que existe relação entre o que sentimos e como reagimos aos nossos cabelos, ah, existe! Nos Estados Unidos existem duas expressões interessantes: "good hair days" (dias de cabelo bom) e "bad hair days" (dias de cabelo ruim) para expressar de um lado os dias em que estamos de bem com a vida e de outro aqueles dias em que estamos de "cabelo em pé", ou seja, de mal humor, de mal com a vida. Assim como o modo como nossos cabelos estão influenciam nossas emoções (é um enorme desafio manter o bom humor se os cabelos que amanhecem rebeldes e com vida própria decidindo ficar pra cima!), a recíproca é verdadeira, e nossas emoções influenciam diretamente o estado dos cabelos e de tudo mais em nosso corpo.

Além dos rótulos

Como anda a sua relação com essa parte de seu corpo que contorna sua expressão, retrata sua saúde, expressa sua feminilidade para o mundo? Curtos, longos, lisos, crespos, ondulados, grisalhos, pintados, escuros, claros, volumosos, finos: mais que rótulos, mais que atender às expectativas dos outros, importa sentir que essa parte de nós está em congruência com quem somos. Nossos cabelos fazem parte de nosso corpo e da expressão de nossa personalidade. Eles expressam a beleza do feminino, seja nos longos que nos emolduram e nos vestem, seja nos curtos que ressaltam os traços de nossa beleza, seja no nosso movimento de cortar para acompanhar novos tempos, seja no nosso ato de permitir que seu crescimento flua. Importa sentir nosso corpo e o contato dele com nosso mundo íntimo. Dar atenção aos cabelos pode ser um princípio, mas eles são só parte desse quadro tão cheio de ricos e impressionantes detalhes composto pelo corpo e pela alma feminina. Preste atenção em seus cabelos, veja o que eles dizem sobre você. Aproveite e note também suas unhas, suas curvas, seus olhos... Se veja por inteiro e se cuide, mulher!

As mulheres e suas madeixas

Nenhum comentário:

Postar um comentário